Santarém em passeio (12)















Azulejos do Mercado Municipal de Santarém: Painéis 37 a 40.
















Azulejos do Mercado Municipal de Santarém: Painéis 41 a 44.


Mais uns, desta a duplicar. Cá me desenvencilhei sem a ajuda da Patanisca. A Doutora Engenheira concluiu o trabalho de campo de pós-doc sobre os leitos do Amazonas (faz-me lembrar os peitos das Amazonas), uma coisa qualquer desse género, e agora está nos States numa University que a vai fazer Senior Fellow em Water Management. Foi o que percebi das suas explicações. O melhor é dizer que não percebi nada de nada: só palavras soltas. Quando me vem com os entusiasmos a contar-me coisas do trabalho dela, com um fervor impressionante como se daquele trabalho dependesse a sorte do Planeta, distraio-me quase sempre, perdido num vazio de ideias e num mar de palavras, a acompanhar com os olhos o movimento pendular das mamas dela. Agora, para castigo dos bons pensamentos, tenho que penar aqui no Adobe Photoshop a tratar as fotografias dos azulejos, a ver se isto fica bem, a perder um tempo dos diabos, que tempo tenho, apesar de tudo, porque o mau tempo lá fora deixa-me cheio de tempo cá dentro.

Comentários aos comentários do postal anterior:

Justine - Mais pérolas, ou calhaus, precisa-se.
legível - Cuidado! Com este tempo não deixar nada aberto, cuidado com as constipações. Vai para a cama bem agasalhado, abifado e tal..., e não penses, para já, no almoço ajantarado. Como nos ensinaram, só temos que pensar no pão nosso de cada dia.

Comentários à ausência de comentários do postal anterior:

Teresa Durães - Anda a menina a baldar-se, então? Também te vais baldar ao almoço em Santarém?

Se quiseres ver:

17 comentários:

Justine disse...

Nº38
Vieram de longe, provavelmente em ranchos. Hoje aqui, na azeitona, amanhã em qualquer outro local e em qualquer outra tarefa, que o que importa é ter trabalho.
O que é crucial é estar na praça, de olhos pregados no capataz, e ser chamado. Desse chamamento, quase divino de tão desumano, depende a sobrevivência. Dia a dia.

Justine disse...

Nº44
Os bois, pacientes, esperam a ordem. Os homens, suados, sedentos e soturnos, continuam a encastelar a núvem de palha e pó, desejando que o sol baixe depressa e o crepúsculo os encaminhe para o descanso.Para tudo recomeçar no dia seguinte

Alberto Oliveira disse...

Azulejo nº 40:


Havia qualquer coisa que não batia certo naquele lugar, ermo de gente, de vida. Passeou-se vezes sem conta sobre a foto, pondo mesmo em risco a cor azulada da imagem, com as botifarras sujas da lama invernal dos caminhos aonde ainda não tinha chegado a lisura do chão alcatroado.
A sua cabeça não parava e só quando (aí pela quinquasésima ida-e-volta ao assunto) parou de facto à esquerda do painel de azulejos descobriu aquilo que o atormentava: a segunda fiada ao alto, dos ditos cujos, à esquerda, não "jogava a bota com a perdigota" na paisagem(?!) restante. Falta de inspiração do artista? Cansaço momentâneo? Não tendo resposta para o caso, saiu da foto, não sem antes passar um pano pela obra-prima. A tia Eulália tinha-o convocado para um chá e se havia coisa que ela não gostava era da falta de pontualidade.

Alberto Oliveira disse...

Azulejo nº 43:

... e depois, para a festa terminar em beleza, um grupo de homens em fila indiana, com um deles mais destacado do grupo a chamar o toiro aos berros e este a não perceber patavina o que seria que o homem lhe queria. Tanto o citaram que se resolveu a ir ao encontro do grupo que mais parecia estar numa repartição de finanças à espera de vez para entregar o IRS. O primeiro tipo não foi de modas: saltou-lhe para a cornadura e procurou fazer o pino em cima da dita mas sem sucesso e foi por uma unha negra que não beijava na boca o espantado bovino que acabou por ser imobilizado pelo grupo. Depois de uns segundos, surprendentemente largaram o bicho mas não sem antes, ter ficado um deles agarrado ao seu rabo (do toiro, claro) e não vi mais nada que aquilo tudo me pareceu uma grande pouca vergonha...

Alberto Oliveira disse...

... e a ementa? quando é conhecida?

Arábica disse...

Então, aqui fica hesitante entre reticências o meu comentário para o azulejo Nº39

"...Ah Maria, se tu quiseras fazer teu,
este duro caminho meu,
se tu quiseras ser a candeia das minhas noites,
o bálsamo do meu cansaço,
a alegria desta vida,
na labuta aparelhada entre as bestas...
...levava-te ao mercado, Maria,
...caiava-te a casa, Maria,
...quem sabe menos dura fosse a estrada?..."

Alberto Oliveira disse...

Correcções ao texto do azulejo nº 40:

Onde se lê "... pondo mesmo em risco... ", deve ler-se "... pondo em risco... ".

Onde se lê "... dos caminhos aonde ainda não tinha chegado a lisura do chão alcatroado.", deve ler-se "... dos caminhos onde a lisura do chão alcatroado ainda não tinha chegado."

Onde se lê "... não sem antes passar um pano pela obra-prima. A tia... ", deve ler-se "... não sem antes passar um pano pela obra-prima, limpando-a de qualquer vestígio da sua passagem. A tia... "



Post scriptum: Espero não estar a dar muito trabalho com estas correcções, mas isto demonstra a minha seriedade para com este teu projecto que creio poder vir a ser um marco indelével na

(onde é que raio meti a cópia do discurso daquele deputado que me pareceu vir mesmo a propósito?)

na, na coisa e tal disso mesmo. Disse. Do almoço-ajantarado já nem digo nada, que deve ser lá para a Páscoa. ´inda por cima com a chegada duma mulher dum árabe e a falta (sem justificação) da Santa Teresinha.

Alberto Oliveira disse...

... ´tá certo. O projectista do projecto e os projectores do dito foram de licença sem vencimento. Sendo assim, também vou.

Arábica disse...

E ainda a procissão vai no adro :)



Bom Natal para si, com todas as coisas boas e más a ele, anerentes.


Que se cultivem as boas amizades, se vindimem risos e se arem sempre novos caminhos.

No Natal e todos os dias do ano.


Um abraço amigo

Germano Viana Xavier disse...

Rodrigo,

chego aqui através do blog da Arabica e me deparo com uma riqueza de coisas para ler, sentir e ver.

Um feliz natal.

Abraço forte.
Continuemos...

Alberto Oliveira disse...

... então no próximo ano a gente há-de continuar a trabalhar no campo. Das palavras e da amizade.

M. disse...

Pois que te agradeço os votos deixados no Palavra Puxa Palavra, mas não sei se os seguirei todos... É que são tantos que nem vou ter tempo para os seguir todos...
Fica bem.

Teresa Durães disse...

olha, baldei-me mesmo! mas ao almoço não. quro descobrir se recebeste uma meias pelo Natal. Nada como a santa tradição! (bah!)

Anónimo disse...

ahhhh!
com que então, a humilhar-nos publicamente, no blog do nosso comum amigo "legível"!! pulguento será o senhor!
julgava que não dava consigo, era? exijo um pedido de desculpas, em nome dos felinos do meu pequeno jardim.
dou-lhe até final deste ano para o fazer; caso isso não aconteça, vimos até cá e há-de ver o que sobra destes lindíssimos azulejos, depois da sessão de arranhadelas (e também dentadas, que o lost, o nosso cão rafeiro, está solidário connosco).

passe bem, senhor perdido. quem sabe, um destes dias, talvez venha a ser o senhor roubado! kkkkkkkkkk e na passagem de ano tenha muito cuidadinho, olhe que pode haver uma passa envenenada que o deixe a dormir durante longos anos. é uma versão muito minha da história da "bela adormecida". só que, neste caso, o "belo adormecido" só há-de acordar (por pouco tempo), depois de ser beijado sete vezes por uma serpente. kkkkkkkkkkkkkkk :P

ah, vou-me daqui, que até estou com dificuldade em encolher as garras e assim nem consigo teclar!

Alberto Oliveira disse...

... espero que o meu amigo esteja a passar uns belos momentos de lazer, quem sabe noutras paragens de nós mais ou menos desconhecidas mas com mercados municipais decorados com azulejos (tal como o de Santarém) e se esteja a preparar par nos lançar mais um desafio. Por mim, tudo bem, mas não me importava nada de terminar este que ainda está em curso e com o tal almoço-ajantarado previsto e efectivado.
Abraço.


PS: Embora o meu nome seja citado numa guerra de alecrim e manjerona onde se misturam gatos, pulgas e passas envenenadas, declaro para todos os efeitos legais que nada tenho a ver com tal cenário bélico pois é de todo reconhecida a minha neutralidade nestes casos.

Legível Suisso.

Alberto Oliveira disse...

Azulejo nº 45:

... o manto de neve cobria de tal modo a paisagem ribatejana que Justino - guardador de gado caprino das nove às quinze e amolador de facas, canivetes e corta-unhas nas restantes horas do dia, cambaleou duas vezes sem cair e pensou em voz alta "Olha se eu tivesse bebido vinho tinto ao almoço?! agora estava a ver tudo vermelho!! Tenho de ter cuidado com a pinga; amanhã não almoço! só bebo...

Fragmentos Betty Martins disse...

.________querido Rodrigo






UM EXCELENTE 2009






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